Há 5 anos
Hoje
11/16/2009
Passei o dia mais longo da minha vida a olhar para ti
de dentro do cérebro para dentro do cérebro
nesse dia não gerei melatonina
não fechei os olhos
não descansei a carne.
Passei o dia mais longo da minha vida dentro de uma parede de osso
sem palavras para escrever
alimentado a gás
sem escape de pressão.
No dia mais longo da minha vida estive prestes a afogar-me.
se deixo de ver luz engulo com medo toda a água, os peixes e o lodo.
ainda não acordei
estou há horas sem máscara debaixo de água.
Já mal consigo respirar e o dia mais longo da minha vida ainda não acabou.
de dentro do cérebro para dentro do cérebro
nesse dia não gerei melatonina
não fechei os olhos
não descansei a carne.
Passei o dia mais longo da minha vida dentro de uma parede de osso
sem palavras para escrever
alimentado a gás
sem escape de pressão.
No dia mais longo da minha vida estive prestes a afogar-me.
se deixo de ver luz engulo com medo toda a água, os peixes e o lodo.
ainda não acordei
estou há horas sem máscara debaixo de água.
Já mal consigo respirar e o dia mais longo da minha vida ainda não acabou.
A água arrefece
11/11/2009
Olhei para a tua orelha.
Estava tanto calor que te escorria um fio de suor da ponta do cabelo em direcção ao queixo.
Eram três da tarde e já haviamos saltado de todas as pranchas.
Era sempre eu quem te desafiava e saltava primeiro.
tu saltavas sempre depois de mim.
Ás vezes acredito que sempre desejaste ser o irmão mais novo.
... menos uma
Todas as pranchas menos uma.
A mais alta.
Desafiei-te e tu acenaste um sim com a cabeça.
subimos os dois as escadas com os nossos corpos magros e queimados pelo sol
com os calções de banho pesados da água a dificultar a subida. Eu sabia que conseguia e acreditava que tal como das outras vezes
também ias saltar.
Olhei cá para baixo e saltei.
os meses passaram
Ainda estou a olhar-te lá de baixo.
Estava tanto calor que te escorria um fio de suor da ponta do cabelo em direcção ao queixo.
Eram três da tarde e já haviamos saltado de todas as pranchas.
Era sempre eu quem te desafiava e saltava primeiro.
tu saltavas sempre depois de mim.
Ás vezes acredito que sempre desejaste ser o irmão mais novo.
... menos uma
Todas as pranchas menos uma.
A mais alta.
Desafiei-te e tu acenaste um sim com a cabeça.
subimos os dois as escadas com os nossos corpos magros e queimados pelo sol
com os calções de banho pesados da água a dificultar a subida. Eu sabia que conseguia e acreditava que tal como das outras vezes
também ias saltar.
Olhei cá para baixo e saltei.
os meses passaram
Ainda estou a olhar-te lá de baixo.