Identity

7/27/2010
hey, já está a filmar?
Ok, não vou mexer o lábio de cima
Vá, pega nas coisas delicadamente
Isso, tal como viste nos filmes,
Reproduz-te para o filme
Quem és tu? Senão um reflexo imaginado….
Passa a mão pelo cabelo!
Não, não, não passes agora
Olha pr’á câmara
Não, não olhes
Não é por medo, não olhes apenas
Vá, passa agora a mão no cabelo, pega na madeixa e solta-a da orelha…
hummm , quem és agora? Será que estás bem?
Gostava de trincar a sandes…
Não, se come à frente da câmara
Da última vez enchi muito a boca sem tão pouco reparar
Expira…
Inspira
Sorri…
Sai do silêncio
Pergunta coisas
Quantos minutos passaram?
humm, poucos.
Continua…tenta reconhecer-te no registo da figuração.
Ok, o que é que eu faço agora?
Sucederam-se diálogos e gestos
E continuei a fingir que era eu
Como que para agradar a Deus.
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Don Juan

6/09/2010

"I watched Doña Querida at the window in her slip.
I noticed how a woman's underclothing barely touches her skin...
how it rides on a cushion of air...
how the silk floats about her body, brushing her flesh...
like an angel's wings...
and I understood how a woman
must be touched."



Don Juan de Marco (1995)
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"that morning I wept..."

4/26/2010
.
.




"that morning I wept.
I wept because I loved the streets that took me away from him
and would lead me back to him.
I wept because the process by which I had become a woman was painful.
I wept because from now on I would weep less.
I wept because I had lost my pain
and I was not yet accustomed to it's absence..."

Anaïs Nin in Henry and June
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Mini-ode ao controle-freakismo

3/05/2010



A intangibilidade do mundo reproduz-se no meu sangue
como um cancro.
Ninguém controla a chuva
ou os critérios da felicidade
por isso a culpa é uma invenção arcaica
e a vergonha um velho escafandro.

Deixei por aí convites
para quem quiser vir chorar a sua miséria em condição par
apenas para poder observar
assim como deus faz
essa inutil partilha da fragilidade e da impotencia.

Deixei por aí convites
para celebrar a ilusão de progresso
a ficção da palavra salvação
ou do termo remédio,
para viver essa união insólita
como todos os cancros
para ouvir as inuteis orações
com a qual se revolvem, involvem e resolvem os pios crentes do amor.
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Diógenes, o cínico

2/12/2010





(404-323a.C.)

Diógenes é assinalado, em muitas histórias da filosofia, como o filósofo que desprezou ostensivamente os poderosos e as convenções sociais. Nasceu em Sínope. Foi discípulo de Antístenes (c.444-365 a.C.), fundador da filosofia cínica. Como todos os cínicos desprezava as ideias gerais e as convenções sociais, negando a possibilidade da própria ciência. Diógenes ficou associado a diversos episódios que exprimem as suas ideias éticas, as únicas a que dava verdadeira importância. A única forma de vida aceitável seria a conforme à natureza, tudo o mais não passava de vento. Conta-se que Alexandre da Macedónia, o grande imperador da antiguidade, ao encontrá-lo lhe teria perguntado o que mais desejava. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre, fazia-lhe sombra. Diógenes, então olhando para o sol afirmou: "Não me tires o que não me podes dar!". Levando ao extremo esta atitude de desprezo pelas convenções sociais, Diógenes, tinha como casa um barril e vestia-se de trapos. Deambulava pela cidade com um lamparina acesa, mesmo de dia, afirmando a quem o interrogava que procurava "um verdadeiro homem". Aquele que vivia de acordo com a natureza.

in: http://afilosofia.no.sapo.pt/10diogenes.htm
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Insolência.Letargia.Insolência.Letargia

2/12/2010


Sinto-me M A L amor...

Tapa-me o nariz..
preciso de não respirar por uns instantes,
Faz-me engolir comprimidos
e enfia-me á força no escuro.
.
Quero cheirar as paredes de terra e os cadáveres
e não sentir nada.
quero ouvir-vos rir e cantar lá em cima até me faltar o ar
quero saber que te banhas em todas as coisas más e impudicas
por dentro e por fora do corpo para imaginares que também me podes destruir.

Quero ficar cá em baixo tanto tempo quanto aquele que dure a tua vingança e o teu prazer.
compensa-me
deixa-me compensar-te
Incendeia-me os cabelos até que eu te dê reais razões para deixares de fumar

Sinto-me MAL amor...

Eu sou esta peça de carne, este animal que por não te pesar nos bolsos te pesa na vida.
e parasita a tua dignidade.
e faz o tempo parar até acordares velho e igualmente infeliz.

Eu sou imune a demasiadas coisas
por isso abandona-me, como eu mereço, no interior da terra
hoje preciso de me afogar.
Amanhã podes amar-me novamente.

Se m'arrancares de lá ainda vivo
Eu serei igualmente insolente.
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Meios caminhos para chegar ti e a todas as outras coisas

2/10/2010


-- Desculpa eu ser homem...

- Foi o que ela ouvio.-

Vindas de ti, todas as desculpas são aceites.
Ninguém nasce como quer.
Ninguém sabe sequer aquilo que quereria nascer.
Correm por aí demasiadas mentiras sobre valor e poder...
e há milhares de anos de desculpas em dívida...

Mas não para com ela

Ela vai crescer, e inventar palavras distintas para todas as distintas de formas de se fazer amor...
Esse infeliz termo anda há demasiados anos sob o jugo do sinónimo.
E tu és cumplice
da diferença solitária
e da frustração sistémica dos olhos dela.

Se não houver nada mais para destruir paredes
gastará o tempo que lhe resta a ler todos os livros
os bons
e os maus
todos,
mesmo todos,
pelo menos uma vez.
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Obra Perfeita

1/05/2010




Termino o meu castelo de cartas e ajoelho-me a rezar para que sopre o vento.
corro a toda a volta da mesa e o castelo não cai.
É uma obra magnifica,
á prova de tempestades
mas se não cair não posso fazer outro e sou um engenheiro sem causas.
O inferno é a redundância
mas foi de lá que vieram há 5 minutos dizer-me adeus por detrás de cabelos loiros.
fico grato.
Sento-me e contemplo a minha vontade de destruição.
há sempre muito a melhorar na obra pre-feita.
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