os erros

A revolta e a raiva que me fazem os olhos feios
Chegam directamente da vivência arcaica e dilacerante
Do meu Ego espicaçado pela flecha oferecida a outrem.
E é assim de tal forma
qu’inda hoje se me aquecem as vísceras dentro de contracção
Exaltadas, amargas, assassinas, elas
Que me fazem cerrar os dentes
e me esmagam os punhos fechados contra si mesmos

a partir daí
Disseminam-se em mim ofensas
Como vírus no sangue
Como os vírus de outro no sangue que é meu
A matar-m’as conquistas e as competências,
A afastar-me da minha virtude…

Eu digo:
--Furas o meu reino odeio-te,
Odeio a diferença que me castra a eficácia!
Felizmente ou não,
Há espaço ainda p’ra mais uns rasgos de indignação

Mas eu juro.
Juro que quanto tiver calos nas mãos e o sangue pesado do esforço,
Enquanto tiver honra e orgulho
Nem um copo de água te darei!
Incompetente!
Que muito mais me tiraste tu!
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