carne p´ra canhão

9/14/2005
O cordeiro segue o pastor
Amaldiçoa o cão
Chama-lhe lobo
E segue o seu dia pastando

As evidências são placadas
Na censura de 1984
No apagar da história feita
No financiar da mentira

Os grupos de abutres não comem só a carne morta
Eles montam armadilhas
Traçam roteiros
Assinalam-nos e oferecem mapas

O filho do cordeiro amaldiçoa o cão
E segue o pastor.

O cão late,
Ele é o lobo,
Ninguém o escuta…
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9/01/2005
Que grandes férias foram as de amar
que nestas férias curtas onde a noite
cresce, nesta cama onde sequer
te vi dormir, mas te deitavas,
te penso lendo e vendo
a memória lenta levitar?
Abro um papel de nervos infestado
aliso o relevo - as tuas pernas
afago o pescoço imaginário
toco uns ombros de pedra
já relida.
E és criança.
Aqui estavam brinquedos e choros
escondidos, coisas de nada e doces.
Deixava no quarto o ardor do sexo,
as mãos sujas de tinta.
E eu aqui deitado
ouvindo a chuva.
A chuva em Sintra é bem uma pessoa
que tem assinatura aristocrata
deixa nos vidros numa escrita antiga
as cartas que escrevia de Lisboa.
E tu em Sintra
aqui dormindo.
.
.
.
Armando Silva Carvalho
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código vermelho

9/01/2005
Eu desfiz a equação entre a paz e a felicidade
Sou livre,
Na liberdade estúpida e encomendada
O meu coração bate,
Apaixonam-me as vozes desafinadas
Apaixona-me o sonho,
A vida é incoerente e não rima com o tudo
A morte iguala o tudo mas era-me suposto desconhece-la
A ela e à impraticável tarefa da justiça.
Nos entretantos do sossego eu sonho em código vermelho
Em proibição
E o meu coração bate
Pelas vozes desafinadas
Pelo cuidado, pela utopia
Pelo sacrilégio que é ser humano
E pensar no cérebro baralhado
As coisas que não se pensam.
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