Há 4 meses
12/14/2005
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fecharam-se os olhos vazios depois de chorar
fez-se o acto de descompressão
felizmente há uma maquina algures que nos adormece a angustia até o amanhecer.
os olhos fecham de novo
vejo ao longe no cenário negro
o perfil de uma face branca
e uma mão que aponta o caminho sonhado
guiado por miragens de uma luz que não existe
e pela hipócrita promessa do contracto social.
fez-se o acto de descompressão
felizmente há uma maquina algures que nos adormece a angustia até o amanhecer.
os olhos fecham de novo
vejo ao longe no cenário negro
o perfil de uma face branca
e uma mão que aponta o caminho sonhado
guiado por miragens de uma luz que não existe
e pela hipócrita promessa do contracto social.
Insignificante musica russa
12/14/2005
Restam-lhe os pombos
O sol é fraco
O corpo isolado descansa na esplanada
e deseja.
Deseja a vinda dos não humanos
Acredita,
Desacredita,
Volta a acreditar no novo milenarismo da solidão pos-moderna
Ali está
Sentado , o humano
Que se desumaniza.
Humano é o outro
É sempre o outro,
O cego, numa cega definição narcisica
Espera os não humanos enquanto a musica finda.
Foi-se a energia
Ficou o real sem anima
e o corpo desanimado num sol fraco e cheio de pombos
segurando os restos da insignificante musica russa.
O sol é fraco
O corpo isolado descansa na esplanada
e deseja.
Deseja a vinda dos não humanos
Acredita,
Desacredita,
Volta a acreditar no novo milenarismo da solidão pos-moderna
Ali está
Sentado , o humano
Que se desumaniza.
Humano é o outro
É sempre o outro,
O cego, numa cega definição narcisica
Espera os não humanos enquanto a musica finda.
Foi-se a energia
Ficou o real sem anima
e o corpo desanimado num sol fraco e cheio de pombos
segurando os restos da insignificante musica russa.
zero palavras
11/30/2005
Estou só
E eu só não chego para fazer as pazes
Está morto,
O meu coração está morto,
Foi espancado até saltarem lascas
Chorava lascas
Seguidas
Umas atrás das outras
No um tic tac do tempo que tenho de esperar pela paz
Pelas pazes
E nisto estou só
Como nunca
Só…
Desolante a quantidade de palavras que não há.
Desolante o efeito viciado das mesmas
Que já nem sequer curam feridas
Que já não servem para nada
Se não para me rebentar o coração ás lascas
E para me deixar só
No silencio triste
À espera
De respostas…
À espera
p’ra sempre…
E eu só não chego para fazer as pazes
Está morto,
O meu coração está morto,
Foi espancado até saltarem lascas
Chorava lascas
Seguidas
Umas atrás das outras
No um tic tac do tempo que tenho de esperar pela paz
Pelas pazes
E nisto estou só
Como nunca
Só…
Desolante a quantidade de palavras que não há.
Desolante o efeito viciado das mesmas
Que já nem sequer curam feridas
Que já não servem para nada
Se não para me rebentar o coração ás lascas
E para me deixar só
No silencio triste
À espera
De respostas…
À espera
p’ra sempre…
identidade nulidade
11/21/2005
Por favor…
Não me deixes escrever más palavras
Mas…
O que faço com o ódio?
…
Perdoa-me todos os apedrejamentos de insanidade
A ebulição das vísceras encerra-me contra a parede desta ira
Não consigo
Não consigo sair,
Não consigo descolar do fluxo de raiva que me entra nas veias
É tremendo!
Não encontro fuga, ou outro caminho que não este para morrer …
Devia de ter morrido na guerra
Com o corpo cravado de baionetas
Ao menos a honra morrer-me-ia no sangue
Ao menos não teria de esperar a absurda e humilhante condenação á nulidade nesta pátria que me deserda!
Não me deixes escrever más palavras
Mas…
O que faço com o ódio?
…
Perdoa-me todos os apedrejamentos de insanidade
A ebulição das vísceras encerra-me contra a parede desta ira
Não consigo
Não consigo sair,
Não consigo descolar do fluxo de raiva que me entra nas veias
É tremendo!
Não encontro fuga, ou outro caminho que não este para morrer …
Devia de ter morrido na guerra
Com o corpo cravado de baionetas
Ao menos a honra morrer-me-ia no sangue
Ao menos não teria de esperar a absurda e humilhante condenação á nulidade nesta pátria que me deserda!
os pombos
10/31/2005
O terreno desmorona-se ante meus olhos
Triste
Só eu o vejo desmoronar-se
Só eu, só o eu que existe
Os outros são pássaros
São pombos de olhos laranja pestanejando no jardim
Afastando-se quando passo
Outros voando sobre mim
Mas o mundo desmorona-se
Pedra a pedra
Ruge bem alto mas ninguém ouve.
Será o mundo?
A mente?
Será o mundo da mente?
Não creio,
Nem tão pouco podia crer que me anularia
É externo,
É o exterior que se corrompe e cai como fruta madura
Como fruta que não comi e que adoça agora a terra dos pombos
Caída
No meio segundo que me separa a cabeça dos pés.
Triste
Só eu o vejo desmoronar-se
Só eu, só o eu que existe
Os outros são pássaros
São pombos de olhos laranja pestanejando no jardim
Afastando-se quando passo
Outros voando sobre mim
Mas o mundo desmorona-se
Pedra a pedra
Ruge bem alto mas ninguém ouve.
Será o mundo?
A mente?
Será o mundo da mente?
Não creio,
Nem tão pouco podia crer que me anularia
É externo,
É o exterior que se corrompe e cai como fruta madura
Como fruta que não comi e que adoça agora a terra dos pombos
Caída
No meio segundo que me separa a cabeça dos pés.
amor egoismo
10/06/2005
Falei com o amor
Disse-me que sexo era a sobremesa
Mas que não passava sem o prato principal.
Disse-me que não passava sem ti, coisa abstracta e anónima
Numa voz que soava compassada em cima das notas soltas do piano
Disse-me que não passava sem a personagem principal
Sem a deixa central
Que é a veneração
A devoção do teu ego ao meu
A adoração cega e mortal
A dependência,
A inquietação quando eu passo e o temor quando eu mando.
Disse-me também que não passava sem a anulação ante sua alteza
E sem o eterno centro da vida que era o meu corpo a mandar no mundo
Disse-me que sexo era a sobremesa
Mas que não passava sem o prato principal.
Disse-me que não passava sem ti, coisa abstracta e anónima
Numa voz que soava compassada em cima das notas soltas do piano
Disse-me que não passava sem a personagem principal
Sem a deixa central
Que é a veneração
A devoção do teu ego ao meu
A adoração cega e mortal
A dependência,
A inquietação quando eu passo e o temor quando eu mando.
Disse-me também que não passava sem a anulação ante sua alteza
E sem o eterno centro da vida que era o meu corpo a mandar no mundo
Comemoração da morte do fantasma
10/06/2005
Sim
Morreu finalmente
Acho eu…
Nascem outros, pequeninos
Fragmentados
Bolhas que tocam sem magoar
E rebentam hoje, ou noutro dia qualquer, sem que perca tempo pensando nisso
Regressam, dão-me sorrisos, emoção e pena
Um, dois, três talvez…
Nunca como uma mãe
Mas como bichinhos respeitáveis
Ver-se-á.
Quero ouvir as palavras ditas contra esta parede rude e impenetrável
Quero ouvi-las
Ninguém as dirá
Pessoas não falam para as paredes.
Anseio pela descoberta do erro, ou talvez,
Talvez nem tão pouco haja erro…
Mas sonhos incoerentes, inintretecíveis
Pensados em lados opostos do cérebro
Um que me ped’água
O outro que quer vinho
E eu prometo que não morro sem beber do cálice.
Morreu finalmente
Acho eu…
Nascem outros, pequeninos
Fragmentados
Bolhas que tocam sem magoar
E rebentam hoje, ou noutro dia qualquer, sem que perca tempo pensando nisso
Regressam, dão-me sorrisos, emoção e pena
Um, dois, três talvez…
Nunca como uma mãe
Mas como bichinhos respeitáveis
Ver-se-á.
Quero ouvir as palavras ditas contra esta parede rude e impenetrável
Quero ouvi-las
Ninguém as dirá
Pessoas não falam para as paredes.
Anseio pela descoberta do erro, ou talvez,
Talvez nem tão pouco haja erro…
Mas sonhos incoerentes, inintretecíveis
Pensados em lados opostos do cérebro
Um que me ped’água
O outro que quer vinho
E eu prometo que não morro sem beber do cálice.
Retrato do Eu
10/06/2005
hey, já está a filmar?
Ok, não vou mexer o lábio de cima
Vá, pega nas coisas delicadamente
Isso, tal como viste nos filmes,
Reproduz-te para o filme
Quem és tu? Senão um reflexo imaginado….
Passa a mão pelo cabelo!
Não, não, não passes agora
Olha pr’á câmara
Não, não olhes
Não é por medo, não olhes apenas
Vá, passa agora a mão no cabelo, pega na madeixa e solta-a da orelha…
hummm , quem és agora? Será que estás bem?
Gostava de trincar a sandes…
Não, se come à frente da câmara
Da última vez enchi muito a boca sem tão pouco reparar
Expira…
Inspira
Sorri…
Sai do silêncio
Pergunta coisas
Quantos minutos passaram?
humm, poucos.
Continua…tenta reconhecer-te no registo da figuração.
Ok, o que é que eu faço agora?
Sucederam-se diálogos e gestos
E continuei a fingir que era eu
Como que para agradar a Deus.
Ok, não vou mexer o lábio de cima
Vá, pega nas coisas delicadamente
Isso, tal como viste nos filmes,
Reproduz-te para o filme
Quem és tu? Senão um reflexo imaginado….
Passa a mão pelo cabelo!
Não, não, não passes agora
Olha pr’á câmara
Não, não olhes
Não é por medo, não olhes apenas
Vá, passa agora a mão no cabelo, pega na madeixa e solta-a da orelha…
hummm , quem és agora? Será que estás bem?
Gostava de trincar a sandes…
Não, se come à frente da câmara
Da última vez enchi muito a boca sem tão pouco reparar
Expira…
Inspira
Sorri…
Sai do silêncio
Pergunta coisas
Quantos minutos passaram?
humm, poucos.
Continua…tenta reconhecer-te no registo da figuração.
Ok, o que é que eu faço agora?
Sucederam-se diálogos e gestos
E continuei a fingir que era eu
Como que para agradar a Deus.
carne p´ra canhão
9/14/2005
O cordeiro segue o pastor
Amaldiçoa o cão
Chama-lhe lobo
E segue o seu dia pastando
As evidências são placadas
Na censura de 1984
No apagar da história feita
No financiar da mentira
Os grupos de abutres não comem só a carne morta
Eles montam armadilhas
Traçam roteiros
Assinalam-nos e oferecem mapas
O filho do cordeiro amaldiçoa o cão
E segue o pastor.
O cão late,
Ele é o lobo,
Ninguém o escuta…
Amaldiçoa o cão
Chama-lhe lobo
E segue o seu dia pastando
As evidências são placadas
Na censura de 1984
No apagar da história feita
No financiar da mentira
Os grupos de abutres não comem só a carne morta
Eles montam armadilhas
Traçam roteiros
Assinalam-nos e oferecem mapas
O filho do cordeiro amaldiçoa o cão
E segue o pastor.
O cão late,
Ele é o lobo,
Ninguém o escuta…
9/01/2005
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Que grandes férias foram as de amar
que nestas férias curtas onde a noite
cresce, nesta cama onde sequer
te vi dormir, mas te deitavas,
te penso lendo e vendo
a memória lenta levitar?
Abro um papel de nervos infestado
aliso o relevo - as tuas pernas
afago o pescoço imaginário
toco uns ombros de pedra
já relida.
E és criança.
Aqui estavam brinquedos e choros
escondidos, coisas de nada e doces.
Deixava no quarto o ardor do sexo,
as mãos sujas de tinta.
E eu aqui deitado
ouvindo a chuva.
A chuva em Sintra é bem uma pessoa
que tem assinatura aristocrata
deixa nos vidros numa escrita antiga
as cartas que escrevia de Lisboa.
E tu em Sintra
aqui dormindo.
.
.
.
Armando Silva Carvalho
que nestas férias curtas onde a noite
cresce, nesta cama onde sequer
te vi dormir, mas te deitavas,
te penso lendo e vendo
a memória lenta levitar?
Abro um papel de nervos infestado
aliso o relevo - as tuas pernas
afago o pescoço imaginário
toco uns ombros de pedra
já relida.
E és criança.
Aqui estavam brinquedos e choros
escondidos, coisas de nada e doces.
Deixava no quarto o ardor do sexo,
as mãos sujas de tinta.
E eu aqui deitado
ouvindo a chuva.
A chuva em Sintra é bem uma pessoa
que tem assinatura aristocrata
deixa nos vidros numa escrita antiga
as cartas que escrevia de Lisboa.
E tu em Sintra
aqui dormindo.
.
.
.
Armando Silva Carvalho
código vermelho
9/01/2005
Eu desfiz a equação entre a paz e a felicidade
Sou livre,
Na liberdade estúpida e encomendada
O meu coração bate,
Apaixonam-me as vozes desafinadas
Apaixona-me o sonho,
A vida é incoerente e não rima com o tudo
A morte iguala o tudo mas era-me suposto desconhece-la
A ela e à impraticável tarefa da justiça.
Nos entretantos do sossego eu sonho em código vermelho
Em proibição
E o meu coração bate
Pelas vozes desafinadas
Pelo cuidado, pela utopia
Pelo sacrilégio que é ser humano
E pensar no cérebro baralhado
As coisas que não se pensam.
Sou livre,
Na liberdade estúpida e encomendada
O meu coração bate,
Apaixonam-me as vozes desafinadas
Apaixona-me o sonho,
A vida é incoerente e não rima com o tudo
A morte iguala o tudo mas era-me suposto desconhece-la
A ela e à impraticável tarefa da justiça.
Nos entretantos do sossego eu sonho em código vermelho
Em proibição
E o meu coração bate
Pelas vozes desafinadas
Pelo cuidado, pela utopia
Pelo sacrilégio que é ser humano
E pensar no cérebro baralhado
As coisas que não se pensam.
As memórias
8/14/2005
O destino
O acaso
O “desacaso”
Quem sabe se foi a vingança
A paga pela inocência.
.
As coisas que aprendi
Ficam coladas ao dia em que aprendi
Como quem ainda hoje fala de ti quando criança
Tu és sempre criança, para quem te conheceu criança.
Para mim és tu, colado ao dito dia.
.
Tenho um canal que me liga lá
E nada aconteceu depois.
Não morreste na vingança
Como eu sei que morreste.
.
A realidade ficou numa qualquer hérnia,
Deixada para trás
A massajar o que passa,
O que vai passando.
A deixar concelhos,
A fazer comparações com as novas peças do xadrez.
.
Chega a ser enfadonha a presença sublime do legado
Não sei se sinto isto porque sinto,
Ou se sinto porque quero sentir,
Mas as memorias são coisas assim.
O acaso
O “desacaso”
Quem sabe se foi a vingança
A paga pela inocência.
.
As coisas que aprendi
Ficam coladas ao dia em que aprendi
Como quem ainda hoje fala de ti quando criança
Tu és sempre criança, para quem te conheceu criança.
Para mim és tu, colado ao dito dia.
.
Tenho um canal que me liga lá
E nada aconteceu depois.
Não morreste na vingança
Como eu sei que morreste.
.
A realidade ficou numa qualquer hérnia,
Deixada para trás
A massajar o que passa,
O que vai passando.
A deixar concelhos,
A fazer comparações com as novas peças do xadrez.
.
Chega a ser enfadonha a presença sublime do legado
Não sei se sinto isto porque sinto,
Ou se sinto porque quero sentir,
Mas as memorias são coisas assim.
O meu julgamento incriticável
8/11/2005
Li nas entrelinhas a mensagem
Fiz o julgamento
Quem é melhor que o EU-juíz
Quando o tempo confirma a ordem
Não me venham ecos de longe negar a verdade
A estupidez é minha que afino o ouvido à frequência maldizente
Vou encerrar a incerteza e a vaga à crítica
Quem não condenou ainda que volte noutra vida!
Fiz o julgamento
Quem é melhor que o EU-juíz
Quando o tempo confirma a ordem
Não me venham ecos de longe negar a verdade
A estupidez é minha que afino o ouvido à frequência maldizente
Vou encerrar a incerteza e a vaga à crítica
Quem não condenou ainda que volte noutra vida!
Critica Humana
8/11/2005
Vejo a censura nas tuas palavras, humano
E a condenação de algo que não te compete julgar.
Mendigas pelo fim da solidão
Compras a convicção no outro,
Compras a farsa.
Aquele que não se mente não está só!
Por isso a tua aprovação vale nada.
A vida não tem dono
Não obedece a ninguém
A morte requer a aprovação de Deus!
Contenta-te tu com a triste culpa
Que a minha vida é maior!
Sapiens Geneboosted
E a condenação de algo que não te compete julgar.
Mendigas pelo fim da solidão
Compras a convicção no outro,
Compras a farsa.
Aquele que não se mente não está só!
Por isso a tua aprovação vale nada.
A vida não tem dono
Não obedece a ninguém
A morte requer a aprovação de Deus!
Contenta-te tu com a triste culpa
Que a minha vida é maior!
Sapiens Geneboosted
Dust in wonderland
8/08/2005
The days from past are laying
In abandoned crib are laying
But now I can see it
Now I can see
I’m alone, above it, I will fall asleep
I left nobody, behind
Started a new start
Living inside
But you still come
To call on me
You still come in my dark night
And you say “Hi”…
Tell me why
Tell me why
Why you still coming
Tell me why
Did I love you this hard?
Rena - Urium
Awake and found the silence
Did I love you this hard?
In abandoned crib are laying
But now I can see it
Now I can see
I’m alone, above it, I will fall asleep
I left nobody, behind
Started a new start
Living inside
But you still come
To call on me
You still come in my dark night
And you say “Hi”…
Tell me why
Tell me why
Why you still coming
Tell me why
Did I love you this hard?
Rena - Urium
Awake and found the silence
Did I love you this hard?
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
8/02/2005
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas,. creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisasna e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Enviado pela Melissa.
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas,. creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisasna e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Enviado pela Melissa.
Torre de Luz
7/11/2005
Cada pedra do castelo
Foi colocada com preceito,
Algumas com ressentimento,
Mas o castelo, é belo!
Uma casa forte,
Um abrigo impenetrável,
De valores sólidos e de porte,
De pureza admirável.
Mesmo nas alas inacabadas
O reflexo da quase perfeição,
As pedras mais amadas,
São usadas na construção....
Cada uma, sua especialidade,
Sua beleza, sua cor.
Juntas, solidificam o amor
De uma alma, uma verdade.
E se vierem tempestades,
Lá, nada abalará,
Pois para sempre viverá
Além do mundano, das vulgaridades.
Essa torre que construímos,
A cada hora que passa,
Em tudo que decidimos,
É unida pela mais sólida argamassa.
18 de Fevereiro de 2005
Susana Costa
Foi colocada com preceito,
Algumas com ressentimento,
Mas o castelo, é belo!
Uma casa forte,
Um abrigo impenetrável,
De valores sólidos e de porte,
De pureza admirável.
Mesmo nas alas inacabadas
O reflexo da quase perfeição,
As pedras mais amadas,
São usadas na construção....
Cada uma, sua especialidade,
Sua beleza, sua cor.
Juntas, solidificam o amor
De uma alma, uma verdade.
E se vierem tempestades,
Lá, nada abalará,
Pois para sempre viverá
Além do mundano, das vulgaridades.
Essa torre que construímos,
A cada hora que passa,
Em tudo que decidimos,
É unida pela mais sólida argamassa.
18 de Fevereiro de 2005
Susana Costa
TU és o meu momento(05/04/2005)
6/08/2005
TU és o meu momento;
Tenho-te nas minhas horas,corridas a passo de caracol,passando suavemente;
Tenho-te nos meus minutos,leves,ansiosos e discretos;
Tenho-te nos meus segundos,que passam agora a correr por mim!
E tenho-te
Oh!Tenho-te!
Tenho-te nas sessenta horas do meu dia
Nos vinte e quatro segundos da minha vida
Qual relógio gravado no meu pulso
Qual despertador repousado na minha cabeceira.
TU és o meu momento!TU estás em todo o lado,a toda a hora!
E eu tenho-te
Oh,se não te tenho
Nos trinta e sete segundos que fazem um minuto
Nos dezasete minutos que perfazem uma hora.
E tenho-te,tenho-te sempre aqui comigo,
Pois tu estás presente nas horas,
Em todas elas,
Em todas as quarenta e cinco horas que se juntam para me dar mais um dia de vida!
Tenho-te,sim,sei que te tenho,
Nas quarenta e duas horas que durmo por dia
Nos trinta e dois minutos que respiro numa hora
Nesses secretos vinte e dois segundos que habitam o meu relógio de pulso,até que passam,e
Se tornam
Num minuto!
E são só mais trinta e um minutos para fazer um hora,uma hora em que eu te tenho a ti!
E tenho-te
Aqui comigo,ao pé de mim
Afagando os sessenta segundos do meu momento
Acariciando esses sessenta minutos que habitam o meu coração
Amando todas as vinte e quatro horas da minha memória!
E eu tenho-te,aqui,bem junto a mim,repousando docemente no meu pulso
Adormecendo nos segundos do meu relógio
Acordando nos minutos de uma ilusão.
Mas eu tenho-te aqui comigo,e sei que dos meus sonhos nunca escaparás!Pois TU és o meu momento!Tu estás em todo o lado,em todas as horas.
Melissa
Tenho-te nas minhas horas,corridas a passo de caracol,passando suavemente;
Tenho-te nos meus minutos,leves,ansiosos e discretos;
Tenho-te nos meus segundos,que passam agora a correr por mim!
E tenho-te
Oh!Tenho-te!
Tenho-te nas sessenta horas do meu dia
Nos vinte e quatro segundos da minha vida
Qual relógio gravado no meu pulso
Qual despertador repousado na minha cabeceira.
TU és o meu momento!TU estás em todo o lado,a toda a hora!
E eu tenho-te
Oh,se não te tenho
Nos trinta e sete segundos que fazem um minuto
Nos dezasete minutos que perfazem uma hora.
E tenho-te,tenho-te sempre aqui comigo,
Pois tu estás presente nas horas,
Em todas elas,
Em todas as quarenta e cinco horas que se juntam para me dar mais um dia de vida!
Tenho-te,sim,sei que te tenho,
Nas quarenta e duas horas que durmo por dia
Nos trinta e dois minutos que respiro numa hora
Nesses secretos vinte e dois segundos que habitam o meu relógio de pulso,até que passam,e
Se tornam
Num minuto!
E são só mais trinta e um minutos para fazer um hora,uma hora em que eu te tenho a ti!
E tenho-te
Aqui comigo,ao pé de mim
Afagando os sessenta segundos do meu momento
Acariciando esses sessenta minutos que habitam o meu coração
Amando todas as vinte e quatro horas da minha memória!
E eu tenho-te,aqui,bem junto a mim,repousando docemente no meu pulso
Adormecendo nos segundos do meu relógio
Acordando nos minutos de uma ilusão.
Mas eu tenho-te aqui comigo,e sei que dos meus sonhos nunca escaparás!Pois TU és o meu momento!Tu estás em todo o lado,em todas as horas.
Melissa
Há subtilezas no ar(13/03/2005)
6/08/2005
Há subtilezas no ar
E há palavras,frases que foram ditas mas não entendidas
Grãos de verdade que se escondem na mentira
Que se fecham nas palavras,
Que ficam guardados em ti.
E há suspeitas,perigos,malícia nas coisas que dizes.
E são essas pequenas confissões que eu apanho no ar e guardo,com ressentimento,dentro do coração.
Melissa
E há palavras,frases que foram ditas mas não entendidas
Grãos de verdade que se escondem na mentira
Que se fecham nas palavras,
Que ficam guardados em ti.
E há suspeitas,perigos,malícia nas coisas que dizes.
E são essas pequenas confissões que eu apanho no ar e guardo,com ressentimento,dentro do coração.
Melissa
os erros
5/24/2005
A revolta e a raiva que me fazem os olhos feios
Chegam directamente da vivência arcaica e dilacerante
Do meu Ego espicaçado pela flecha oferecida a outrem.
E é assim de tal forma
qu’inda hoje se me aquecem as vísceras dentro de contracção
Exaltadas, amargas, assassinas, elas
Que me fazem cerrar os dentes
e me esmagam os punhos fechados contra si mesmos
a partir daí
Disseminam-se em mim ofensas
Como vírus no sangue
Como os vírus de outro no sangue que é meu
A matar-m’as conquistas e as competências,
A afastar-me da minha virtude…
Eu digo:
--Furas o meu reino odeio-te,
Odeio a diferença que me castra a eficácia!
Felizmente ou não,
Há espaço ainda p’ra mais uns rasgos de indignação
Mas eu juro.
Juro que quanto tiver calos nas mãos e o sangue pesado do esforço,
Enquanto tiver honra e orgulho
Nem um copo de água te darei!
Incompetente!
Que muito mais me tiraste tu!
Chegam directamente da vivência arcaica e dilacerante
Do meu Ego espicaçado pela flecha oferecida a outrem.
E é assim de tal forma
qu’inda hoje se me aquecem as vísceras dentro de contracção
Exaltadas, amargas, assassinas, elas
Que me fazem cerrar os dentes
e me esmagam os punhos fechados contra si mesmos
a partir daí
Disseminam-se em mim ofensas
Como vírus no sangue
Como os vírus de outro no sangue que é meu
A matar-m’as conquistas e as competências,
A afastar-me da minha virtude…
Eu digo:
--Furas o meu reino odeio-te,
Odeio a diferença que me castra a eficácia!
Felizmente ou não,
Há espaço ainda p’ra mais uns rasgos de indignação
Mas eu juro.
Juro que quanto tiver calos nas mãos e o sangue pesado do esforço,
Enquanto tiver honra e orgulho
Nem um copo de água te darei!
Incompetente!
Que muito mais me tiraste tu!
o cérebro da integração
3/14/2005
Da naturalização da diferenciação
Brotam os progressos voltairianos da razão.
Lentos …
Enquanto as raízes do preconceito se aprofundam mais e mais
Sob a ignorância confortável de quem não procura a verdade
O bom senso, riqueza que ninguém aclama falta
Que todos apregoam ter que chegue ofusca os olhos aos sábios
Ante a multidões de lixo cultural que escorre das paredes e das caras
Espero pela supremacia da síntese e p´la derrota d’análise.
A morte do binómio
A trifurcação.
A integração que aniquile o disperso
A condenação da infância racionalista.
A ciência é uma criança
correndo para a complexidade na idade adulta
A hierarquia linhageira agnata
Escreverá a história da impertinência do estado humano
Enterrando com ela o desejado versus o suportado
Que condenam a humanidade á inércia estúpida das certezas que mentem.
Brotam os progressos voltairianos da razão.
Lentos …
Enquanto as raízes do preconceito se aprofundam mais e mais
Sob a ignorância confortável de quem não procura a verdade
O bom senso, riqueza que ninguém aclama falta
Que todos apregoam ter que chegue ofusca os olhos aos sábios
Ante a multidões de lixo cultural que escorre das paredes e das caras
Espero pela supremacia da síntese e p´la derrota d’análise.
A morte do binómio
A trifurcação.
A integração que aniquile o disperso
A condenação da infância racionalista.
A ciência é uma criança
correndo para a complexidade na idade adulta
A hierarquia linhageira agnata
Escreverá a história da impertinência do estado humano
Enterrando com ela o desejado versus o suportado
Que condenam a humanidade á inércia estúpida das certezas que mentem.
Careless Whisper . download it and listen
2/02/2005
-= lovely sax =-
I feel so unsure
as I take your hand an lead you to-the-dance floor.
As the music dies something in your eyes
Calls to mind a silver screen and you're its sad goodbye.
I'm never gonna dance again
guilty feet have got no rhythm
Though it's easy to pretend
I know you're not a fool.
I should have known better than to cheat a friend
And waste a chance that I've been given.
So I'm never gonna dance again
the way I danced with you u-uu-u.
Time can never mend
the careless whispers of-a-good friend.
To the heart and mind
ignorance is kind.
There's no comfort in the truth
pain is all you'll find.
I'm never gonna dance again
guilty feet have got no rhythm
Though it's easy to pretend
I know you're not a fool.
I should have known better than to cheat a friend
And waste a chance that I've been given.
So I'm never gonna dance again
the way I danced with you-u-u.
-= lovely sax =-
Never without your love.
-= lovely sax =-
Tonight the music seems so loud
I wish that we could lose this crowd.
Maybe it's better this way
We'd hurt each other with the things we want to say.
We could have been so good together
We could have lived this dance forever
But now who's gonna dance with me? - Please stay.
And I'm never gonna dance again
guilty feet have got no rhythm
Though it's easy to pretend
I know you're not a fool.
I should have known better than to cheat a friend
And waste a chance that I've been given.
So I'm never gonna dance again
the way I danced with you-u-u.
-= lovely sax =-
No dance
no dance
no dance
you're gone - no dance
you're gone.
This matter is so wrong
so wrong
that you had lo leave me alone.
Perhaps gay people just love too much...
I feel so unsure
as I take your hand an lead you to-the-dance floor.
As the music dies something in your eyes
Calls to mind a silver screen and you're its sad goodbye.
I'm never gonna dance again
guilty feet have got no rhythm
Though it's easy to pretend
I know you're not a fool.
I should have known better than to cheat a friend
And waste a chance that I've been given.
So I'm never gonna dance again
the way I danced with you u-uu-u.
Time can never mend
the careless whispers of-a-good friend.
To the heart and mind
ignorance is kind.
There's no comfort in the truth
pain is all you'll find.
I'm never gonna dance again
guilty feet have got no rhythm
Though it's easy to pretend
I know you're not a fool.
I should have known better than to cheat a friend
And waste a chance that I've been given.
So I'm never gonna dance again
the way I danced with you-u-u.
-= lovely sax =-
Never without your love.
-= lovely sax =-
Tonight the music seems so loud
I wish that we could lose this crowd.
Maybe it's better this way
We'd hurt each other with the things we want to say.
We could have been so good together
We could have lived this dance forever
But now who's gonna dance with me? - Please stay.
And I'm never gonna dance again
guilty feet have got no rhythm
Though it's easy to pretend
I know you're not a fool.
I should have known better than to cheat a friend
And waste a chance that I've been given.
So I'm never gonna dance again
the way I danced with you-u-u.
-= lovely sax =-
No dance
no dance
no dance
you're gone - no dance
you're gone.
This matter is so wrong
so wrong
that you had lo leave me alone.
Perhaps gay people just love too much...
existir
1/27/2005
O vento investe contra ele
Na rotina menos azeda que outrora
Congratula-se a escravatura light
Doentia educação…
Encabeço a lista da derrota
No desejo de ser outrem
Pois o meu corpo frágil é erguido pelo trauma…
rena
Na rotina menos azeda que outrora
Congratula-se a escravatura light
Doentia educação…
Encabeço a lista da derrota
No desejo de ser outrem
Pois o meu corpo frágil é erguido pelo trauma…
rena
Ode ao Ângelo
1/27/2005
Odeio o Ângelo.
Odeio a maneira estupidamente atraente como sorri.
A doçura dos seus olhos, a ternura da sua boca.
A poesia que há nas suas bochechas quando se ri.
Odeio o Ângelo.
Odeio-o.
E odeio o seu andar cavalheiresco, os seus modods confiantes e gentis.
Odeio a maneira como fala, o cuidado das suas palavras,
Odeio o afecto que encontro nas suas mãos delgadas e elegantes...
Odeio o Ângelo.
Odeio-o.
Muito.
E odeio toda aquela odiosa inteligencia que ele odiavelment possui.
Odeio o seu adoravel cabelo, que adoravelmente se encaracola e se embraça, lembrando-me adoraveis ninhos de ratos.
Odeio o Ângelo.
Odeio-o.
Muito.
Melissa
Odeio a maneira estupidamente atraente como sorri.
A doçura dos seus olhos, a ternura da sua boca.
A poesia que há nas suas bochechas quando se ri.
Odeio o Ângelo.
Odeio-o.
E odeio o seu andar cavalheiresco, os seus modods confiantes e gentis.
Odeio a maneira como fala, o cuidado das suas palavras,
Odeio o afecto que encontro nas suas mãos delgadas e elegantes...
Odeio o Ângelo.
Odeio-o.
Muito.
E odeio toda aquela odiosa inteligencia que ele odiavelment possui.
Odeio o seu adoravel cabelo, que adoravelmente se encaracola e se embraça, lembrando-me adoraveis ninhos de ratos.
Odeio o Ângelo.
Odeio-o.
Muito.
Melissa
notas fantasma
1/26/2005
Os instrumentos de corda já não uivam simulando o vento
Por isso senta-te…
Deixa-me ver-te nas notas fantasma, as mais belas
O vibrar
O eco
Umas teclas nas outras
Libelinhas, pétalas, asas
Todas dizem a suavidade dos dedos
Afinal o presente é real
E a utopia não se prova até acontecer finalmente.
Por isso senta-te…
Deixa-me ver-te nas notas fantasma, as mais belas
O vibrar
O eco
Umas teclas nas outras
Libelinhas, pétalas, asas
Todas dizem a suavidade dos dedos
Afinal o presente é real
E a utopia não se prova até acontecer finalmente.
28 graus
1/26/2005
Deitámo-nos de costas na erva
Estavam 28 graus
Esquecemos a solidão para sempre
Sonhei com isso quando andava nos baloiços
És o meu sonho dos baloiços
As crianças sonham coisas essenciais
Nessa tarde nem uma folha abanou
Eu não deixei soprar o vento
Nem tão pouco que te levantasses dali
Não deixei que te quisesses levantar
Depois passou uma abelha e tiveste medo
Eu peguei-te nas mãos e comemorei a poesia romântica do século 18
Onde o lirismo abraça o desejo e me permite sonhar-te e amar-te para sempre!
Estavam 28 graus
Esquecemos a solidão para sempre
Sonhei com isso quando andava nos baloiços
És o meu sonho dos baloiços
As crianças sonham coisas essenciais
Nessa tarde nem uma folha abanou
Eu não deixei soprar o vento
Nem tão pouco que te levantasses dali
Não deixei que te quisesses levantar
Depois passou uma abelha e tiveste medo
Eu peguei-te nas mãos e comemorei a poesia romântica do século 18
Onde o lirismo abraça o desejo e me permite sonhar-te e amar-te para sempre!